quinta-feira, 15 de abril de 2010

PIRRO I – SEGUNDO REINADO (297 – 272 a.C.) – PARTE IV

A Guerra na Sicília

Ao lado, efígie de Pirro rei em moeda siciliana. Após tomar a resolução de investir na Sicília, Pirro enviou Cíneas, seu embaixador, às cidades da ilha a fim de iniciar as negociações. Entretanto, a guarnição que colocara na cidade de Tarento sob o comando de Milo, a fim de mantê-la submissa, provocara grande descontentamento entre os seus habitantes. Os tarentinos mandaram-lhe dizer que, ou Pirro permanecia no país a fim de sustentar a guerra contra os romanos, de acordo com o compromisso anteriormente assumido, ou, caso decidisse abandonar a Itália, que deixasse Tarento na situação em que a havia encontrado. Pirro respondeu-lhes que não lhe falassem mais em tal assunto e que esperassem pelo momento oportuno. Alexandre, filho de Pirro, ficou no comando da cidade de Locris. E assim seguiu para a Sicília e quando chegou em Siracusa arbitrou a paz entre Tenon e Sóstrato e outras as cidades apressaram-se em se entregar, e, em todos os lugares onde teve de empregar a força, não encontrou nenhuma forte resistência. Foi proclamado strategos (general) da Sicília. Com um exército de trinta mil homens de infantaria e dois mil e quinhentos cavaleiros, e uma esquadra de duzentos navios, ele ia expulsando por toda parte os cartagineses e conquistando as regiões que estavam sob o seu domínio. A campanha durou cerca de dois anos (278 – 276 a.C.). Abaixo, a campanha de Pirro na Sicília.A cidade de Érix , entre as que os cartagineses conservavam em seu poder, era a dotada de melhores fortificações e maior número de defensores. Em 277 a.C., Pirro decidiu ocupá-la pela força e ao aproximar-se da cidade prometeu ao deus Hércules um sacrifício solene e jogos públicos em sua homenagem, caso lhe concedesse a graça de mostrar-se, aos olhos dos gregos que moravam na Sicília, digno de seu nascimento e dos grandes recursos de que dispunha. Iniciada a batalha, foram colocadas escadas rente às muralhas, sendo Pirro o primeiro a subir enfrentando os cartagineses com fúria e ousadia. Ele parecia tão terrível aos cartagineses, que estes não ousavam olhá-lo de frente. Após a ocupação da cidade, Pirro fez a Hércules um sacrifício magnífico e promoveu festas com jogos e combates de todas as espécies.
Pirro foi proclamado (ou se proclamou) rei da Sicília, título que destinou ao seu filho Heleno (herdado de seu avô, pois ele era filho da filha de Agatocles, rei de Siracusa), reservando o inexistente título de Rei da Itália para o seu filho Alexandre. Abaixo moeda de Siracusa com a inscrição PYRRHOS BASILEUS, isto é, Pirrro rei.Pirro também derrotou aos temíveis mamertinos de Messina. Os cartagineses se alarmaram de tal forma ante seu êxito que lhe ofereceram barcos e dinheiro com a condição de que fizesse uma aliança com Cartago, apesar de que há não muito tempo os cartagineses tinham assinado um tratado com Roma. Pirro rejeitou a oferta (que lhe daria grande vantagem em sua guerra contra Roma) a pedido dos gregos da Sicília que se recusavam a qualquer acordo com os cartagineses se eles, evacuassem completamente a ilha. Prosseguindo a guerra para expulsão dos cartagineses da Sicília, Pirro foi derrotado com grandes perdas após o ataque contra a inexpugnável cidade de Lilibea. O prestígio de seus sucessos diminuiu. Abaixo, o ataque epirota à Lilibea.Depois da derrota de Lilibea, Pirro decidiu construir uma frota e atacar os cartagineses na África, sua sede, assim como o rei de Siracusa, Agatocles, fizera em 310 a.C. Mas, os gregos sicilianos constataram que o perigo de uma dominação cataginesa fora afastado e não se entusiasmaram por uma guerra no exterior. Ansioso pelo empreendimento, Pirro passou a ser intolerante com os sicilianos que não atendiam suas ordens. Assim os gregos da Sicília, que antes o convidaram para a ilha, agora estavam ansiosos para que ele se retirasse e conspiraram contra ele. Isto levou a uma retaliação por Pirro, que atuou de forma descrita como cruel e tirânica pelos gregos. Envolvido em conspirações e insurreições de todos os tipos, Pirro estava tão ansioso para sair da ilha como estava antes de deixar a Itália. Então, quando seus aliados italianos novamente pediram a sua ajuda, imediatamente retornou para a península. Antes de sair, voltou-se para admirar a ilha e disse em voz alta: “Que boa arena de combate deixamos aqui para os romanos e os cartagineses”. Abaixo, as zonas dominadas por Cartago em cerca de 270 a.C.

O Retorno à Itália
Pirro voltou para a Itália no outono de 276 a.C. Ele foi atacado por uma frota de Cartago no seu percurso perdendo setenta de seus navios de guerra, que tinha obtido na Sicília. Quando ele desembarcou, teve que lutar contra os mamertinos que tinham atravessado o estreito de Messina para impedir a sua chegada. As forças de Pirro os derrotaram após violentos combates, e finalmente chegou em segurança em Tarento. Suas tropas tinha então aproximadamente os mesmos números da primeira vez que desembarcaram na Itália, mas de uma qualidade diferente. O fiéis epirotas tinham caído na maior parte e agora sua força militar é composta principalmente de mercenários recrutados na Itália e cuja lealdade só poderia ser segurada por vitórias, saques e pagamentos. Abaixo, ilustração de Pirro belicamente paramentado.Pirro não esteve inativo em Tarento. Recuperou Locri, que se revoltara contra seu filho Alexandre e passara para os romanos. Como aqui começou a ter dificuldades para conseguir o dinheiro necessário para pagar todos os seus soldados, e não recebendo mais de seus aliados, foi induzido por alguns filósofos epicuristas se apropriar dos tesouros do templo da deusa Prosérpina. Os barcos em que o dinheiro devia ser embarcado para ser levado para Tarento, foram reconduzidos a Locri por causa de uma tempestade. Esse evento afetou profundamente o ânimo de Pirro (que antes manifestara que o culto à deusa era superstição) que ordenou que os tesouros foram devolvidos ao templo e condenou à morte os infelizes que aconselharam a cometer a profanação. Desde então, como ele diz em suas memórias, ele vivia atormentado pela idéia de que a ira de Prosérpina o tinha perseguido até a ruína.

REFERÊNCIAS:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pirro
http://es.wikipedia.org/wiki/Pirro_de_Epiro
Los héroes y las grandezas de la tierra: (1855) editado por Fernando Patxot Ferrer. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=gIXzPf_ZFpEC&dq=Sabilinto&source=gbs_navlinks_s
http://www.livius.org/ps-pz/pyrrhus/pyrrhus01.html
http://www.livius.org/ps-pz/pyrrhus/pyrrhus02.html
http://www.livius.org/ps-pz/pyrrhus/pyrrhus03.html
http://www.mlahanas.de/Greeks/Bios/PyrrhusÉpiro.html
http://www.satrapa1.com/articulos/antiguedad/pirro/Pirro1.htm#7
http://www.heritage-history.com/www/heritage.php?R_menu=OFF&Dir=characters&FileName=pyrrhus.php
http://www.mainlesson.com/display.php?author=guerber&book=romans&story=pyrrhus
http://es.wikipedia.org/wiki/Guerras_Pírricas

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