quinta-feira, 1 de abril de 2010

ALEXANDRE I (350-331)

Alexandre (c.370-331) rei da Molóssia (350-331), tio de Alexandre, o Grande, mais conhecido por sua invasão da Itália em 334. Alexandre era o primeiro filho de Neoptólemo, rei dos molossos, uma das maiores tribos do Épiro. Eles moravam no que hoje são os arredores de Ioannina na Grécia atual. Durante o reinado de Neoptólemo, as tribos tornaram-se mais sedentárias, a urbanização iniciou-se e há evidências sobre escribas e outros funcionários administrativos. A Molóssia tornava-se a parte mais importante do Épiro. Abaixo, a região do Épiro.

Quando Neoptólemo morreu (c.360 a.C.), Arribas, seu irmão, se tornou rei. Ele reforçou a sua posição por um tratado com o novo rei da Macedônia, Filipe II (360-336). A aliança foi reforçada com um casamento diplomático: Olímpia, filha de Neoptólemo, tornou-se rainha da Macedônia. Seu irmão mais novo, Alexandre foi enviado para a Macedônia e assim receber uma educação grega. Em 350, Filipe invadiu a Molóssia e instala Alexandre como rei. Possivelmente Alexandre seria mais útil aos interesses expansionistas de Felipe. Arribas fugiu para Atenas, onde seus direitos eram reconhecidos, mas morreu aí, exilado, provavelmente em 342. Dado que seria irresponsável de fazer um rei menino, pode-se inferir a partir da data de adesão de Alexandre que nasceu em cerca de 370 (teria vinte anos). Abaixo, Filipe II da Macedônia e Olímpia.
Olympias. Gold medaillon found at Abukir. Archaeological Museum of Thessaloniki (Greece). Photo Marco Prins.
Filipe pode agora estender sua influência às margens do mar da Sicília enfraquecendo a influência de Atenas nesta área de importância econômica e militar importante para a República. Filipe ataca em princípio as colônias de Elis na Tesprótia, mas o objetivo final do ataque serrá ameaçar os ambraciotas, aliados fiéis de Atenas. Como resultado da invasão, grande parte da região do Cassopaei foi ocupada pelo rei macedônio que imediatamente cedeu os territórios conquistados a seu cunhado Alexandre I. Abaixo, a invasão macedônica no Épiro.
Alexandre submeteu as outras tribos epirotas e ofereceu asilo a Olímpia, sua irmã, quando ela tinha caído em desgraça em 337. A partir de seu reinado, o Épiro é designado como um reino. Filipe ofereceu a mão de Cleópatra, filha de Olímpia, a Alexandre que concordou com a união, ensejando que Olímpia ficasse muito isolada, já que o apoio de seu irmão estava se dirigindo às intenções de Filipe. A morte de Filipe em outubro de 336 impediu que Alexandre tivesse que extraditar sua irmã. De sua união com Cleópatra teve dois filhos: Neoptólemo (II) e Cadméia. Abaixo, moeda de Alexandre I com a efígie do deus grego Zeus.
Apoiar os gregos na Itália não era provavelmente o único motivo para as ações de Alexandre do outro lado do Adriático. A luta contra os piratas deve ter sido uma motivação adicional. A fonte mais importante para a campanha de Alexandre é o historiador romano Tito Lívio (59 a.C. - 17 d.C.), que afirma que Alexandre aceitou o pedido de ajuda dos tarentinos contra os samnitas. Abaixo, pintura retratando guerreiros samnitas.
samnites.gif
Tendo derrotado os samnitas, Alexandre lutou contra os lucanos e os brutianos. Ele conquistou Heraclea (uma cidade grega que tinha sido capturada pelas tribos italianas), tomou Sipontum (uma dos portos dos piratas), e capturou Consentia e Terina. As tribos foram derrotadas várias vezes, e Alexandre abriu negociações com a principal potência na região central da Itália, Roma, que também temia a guerra com a Federação Samnita. Alexandre chegou a tomar como reféns a trezentas famílias das cidades conquistadas. Abaixo, as localidades envolvidas nas guerras de Alexandre Molosso na Itália.
Alexandre parecia estar no controle da situação até que seu exército foi inesperadamente atacado perto de Pandosia. Embora ele tenha sido capaz de reduzir as perdas e matar o líder inimigo, o ocorrido foi um grave revés. Quando ele tentou levar o seu exército a um lugar seguro atravessando um rio chamado Aqueronte ele foi assassinado por um de seus aliados lucanos. Seu corpo caiu no rio e foi dar no acampamento inimigo onde foi vilipendiado. Uma mulher cujo marido e filho eram prisioneiros dos epirotas, após muita súplica, conseguiu os restos mortais para negociá-los em troca da libertação seus familiares. Abaixo, a Magna Grecia, região da Itália colonizada por gregos onde se deu as campanhas de Alexandre Molosso. O cadáver do rei molosso foi cremado em Consentia e seus ossos transportados para Metaponto e daí para o Épiro. Tito Lívio diz que sua morte aconteceu na época da fundação da Alexandria. Isso aconteceu nas primeiras semanas de 331, e isto deve ser mais ou menos certo. Ainda segundo Lívio, o motivo mais importante para Alexandre Molosso intervir na Itália foi que o oráculo de Dodona lhe disse que seria morto perto do rio Aqueronte, no oeste da Grécia. Mas, como se viu, "a fim de escapar de seu destino, correu completamente sobre ele". A campanha de Alexandre Molosso deu aos gregos no sul da Itália um pouco de descanso e enfraqueceu as tribos italianas, mas no fim, as campanhas de Alexandre Molosso não serviram para seu verdadeiro propósito. Os gregos italianos estavam condenados. No entanto, eles não foram submetidos pelo samnitas, mas pelos romanos. O mundo mediterrâneo estava destinado a tornar-se uma unidade, mas em 331 ainda não era evidente que Roma seria a maior potência. Alexandre Molosso ajudou a pavimentar o caminho.
Quando de sua morte, a esposa de Alexandre, Cleópatra, assumiu a regência do reino já que seus filhos eram menores.

REFERÊNCIAS:
http://www.livius.org/aj-al/alexander01/alexander_molossis.htm
http://www.satrapa1.com/paginas/WEB%20filipo/Filipo_II_periodo_345-343.htm<>
A Dictionary of Greek and Roman biography and mythology. By various writers. Ed. by William Smith. Illustrated by numerous engravings on wood.
Author: Smith, William, Sir, ed. 1813-1893.

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