quarta-feira, 7 de abril de 2010

PIRRO I – SEGUNDO REINADO (297 – 272 a.C.) - PARTE I


Busto de Pirro I no Museu de Nápoles, Itália

Jovem Guerreiro
Banido de seu próprio reino, Pirro, que tinha apenas 17 anos, juntou-se a Demétrio, que era casado com sua irmã Deidamia, e o acompanhou para a Ásia onde as forças de Antígono Monoftalmo e seu filho Demétrio enfrentariam os demais sucessores de Alexandre Magno (Cassandro, Lisímaco, Ptolomeu e Seleuco) pelo comando de seu império. A batalha decisiva se deu em Ipso, na Frígia (na Ásia Menor) em 301 a.C. durante a qual Pirro ganhou uma grande reputação pelo seu valor militar. Embora ainda muito jovem, se diz que ele enfrentava impetuosamente qualquer pessoa que cruzasse seu caminho, uma atitude que o distinguiu pelo resto de sua vida militar. Seus esforços, porém, pouco puderam fazer para alterar o resultado da batalha e foi forçado a recuar. A Batalha terminou com a vitória dos aliados; Antígono morreu na batalha e Demétrio, com o exército desmantelado, não podia mais fazer frente a seus inimigos, embora ainda possuísse uma poderosa frota naval. Sendo assim, iniciaram-se as negociações de paz. Abaixo, mapa dos reinos helenísticos (gregos) governados pelos sucessores de Alexandre Magno antes da batalha de Ipso (301 a.C.).

Na Corte do Egito
Na Antiguidade era uma prática diplomática muito comum entregar reféns para garantir que os lados opostos mantivessem suas promessas. Mantendo-se leal a Demétrio, Pirro, em 300 ou 299 a.C.,viajou para o Egito como um refém, quando Demétrio concluiu a paz com Ptolomeu I. Pirro logrou êxito em angariar o favor de Berenice, a esposa de Ptolomeu, e recebeu como esposa a Antígona, filha de Berenice com seu primeiro marido. Ao lado, moeda com as efígies de Ptolomeu I e Berenice. Segundo Plutarco, Pirro realmente amava Antígona com a qual vivia bem. Benquisto na corte egípcia, Pirro convenceu a Ptolomeu dar-lhe uma frota e tropas com as quais poderia voltar para o Épiro e reivindicar seu reino de Neoptólemo II o que aconteceu em 297. Além de seu bem-querer ao valente epirota, certamente Ptolomeu visava usar Pirro como seu títere na Europa, guardando os interesses egípcios contra Cassandro da Macedônia.

Rei do Épiro novamente
Desde 302 a.C., Neoptólemo II reinava sobre os epirotas, mas de forma tirânica, o que deixou o povo disposto a uma boa recepção ao retorno de Pirro. Este, no entanto, não iniciou uma guerra: temendo que Neoptólemo buscasse apoio em outros reis e assim iniciar uma guerra civil imprevisível, Pirro resolveu fazer uma aliança com seu primo e partilharam o reino.Abaixo, moeda de Pirro com a efígie de Zeus.
No entanto esse correinado não foi amistoso haja vista as conspirações e suspeitas mútuas. Por fim, em 295, os dois reis e seus nobres foram celebrar no santuário de Zeus Areius em Passaron na Molóssia o tradicional compromisso de fidelidade às leis do país. Pirro foi informado e que Neoptólemo intencionava matá-lo por envenenamento. Sendo assim, ciente de que os maiorais dos epirotas estavam de seu lado, Pirro convidou a Neoptólemo a um jantar onde o matou e se tornou o único soberano do Épiro.
Mantendo vivo seu vínculo com a corte do Egito, Pirro deu o nome de Ptolomeu a seu filho e havendo edificado uma cidade deu-lhe o nome de Berenike em homenagem a sua sogra. Pirro tinha cerca de 23 anos quando se estabeleceu sobre o trono do Épiro e se tornou um dos reis mais queridos dos epirotas. Sua coragem e ousadia asseguraram-lhe o respeito de suas tropas e sua generosidade e afabilidade o afeto de seu povo.

Intervenção na Macedônia
Em 298, Cassandro havia morrido deixando o trono a seu filho Filipe IV, que morreu dentro de dois meses (de causas naturais). O reino foi divido entre os demais filhos de Cassandro: Antípatro recebeu a metade ocidental e Alexandre V a metade oriental (sendo o rio Axios a fronteira entre os dois). Em 295 Antípatro reivindicou a totalidade do reino e expulsou a seu irmão. Alexandre pediu a Demétrio e a Pirro para vir em seu auxílio. Como Demétrio não poderia ajudá-lo de imediato, Pirro se apresentou primeiro. Pirro veio com a condição de que eles receberia todos os domínios macedônicos na metade ocidental da Grécia: Acarnania, Anfilóquia e Ambrácia (regiões epirotas conquistadas por Filipe II da Macedônia) e os distritos de Paravea e Tinfea, que faziam parte da própria Macedonia. Abaixo, a expansão do reino do Épiro. O rei Lisímaco da Trácia queria vir em socorro de Antípatro e forjou uma carta como sendo de Ptolomeu I do Egito, a quem Pirro muito estimava, pedindo que se retirasse da campanha e em troca recebesse trezentos talentos de prata de Antípatro. Mesmo percebendo a farsa, Pirro procurou fazer a paz com Lisímaco e Antípatro, mas durante o sacrifício que selaria o acordo, Pirro foi advertido pelo sacerdote Teodoro que não firmasse esse compromisso, pois a morte espontânea de uma cabra a ser sacrificada indicaria a morte de um dos reis. Pirro seguiu seu compromisso com Alexandre V e expulsou a irmão Antípatro em 294 a.C., embora pareça que ele manteve uma pequena porção de reino.
Pirro fez da cidade de Ambrácia (atual Arta na Grécia) sua nova capital: era uma cidade com acesso ao mar que não era nem molossa, nem tesprota nem caônia, embora tivesse vínculos com o passado histórico e mitológico dos epirotas. Pirro adornou a cidade com seu palácio, templos e teatros. Abaixo, imagem via satélite do Golfo Ambraciano onde Pirro estabeleceu sua nova capital.Demétrio, porém, deixou Atenas e foi para a Macedônia no final de 294 a.C. Visto que Alexandre V já estava estabelecido em seu reino este começou a desconfiar das intenções de Demétrio. Permeado por conspirações palacianas, por fim Demétrio matou a Alexandre num banquete tornando-se rei da Macedônia com reconhecimento quase imediato das tropas macedônicas. Demétrio atacou o irmão de Alexandre, Antípatro, seu possível rival, que fugiu para a corte de Lisímaco onde morreu.

As Consortes de Pirro
Antígona, esposa de Pirro, morreu e o rei do Épiro se casou com três outras mulheres. Sua primeira esposa foi Lanassa, filha de Agatocles, rei de Siracusa, e seu dote consistiu nas ilhas de Leucas e Corcira (Corfu atual). Pirro também se casou com uma filha do rei dos autoleontes de Peônia (norte da Macedônia) e Bircena, filha Bardilis, do líder dos ilírios. Com Antígona Pirro teve a Ptolomeu que morreu em combate em 272 a.C. Com Lanassa, teve Alexandre II (que o sucedeu) e com Bircenna teve Heleno, seu caçula, segundo Plutarco. Segundo Marco Justino, Heleno era filho de Lanassa. Pirro também teve filhas: Olímpia, que se casou com seu irmão Alexandre II, Nereis que se casou com tirano de Siracusa, Gelon, e Deidamia ou Laodamia.
Por laços de casamento, o Épiro estava agora em paz com todos os seus vizinhos já que o novo rei de Macedônia, Demétrio, tinha sido casado com a irmã de Pirro que morrera. Abaixo, moeda com a efígie de Agatocles, rei de Siracusa, sogro de Pirro.

REFERÊNCIAS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pirro
http://es.wikipedia.org/wiki/Pirro_de_Epiro
Los héroes y las grandezas de la tierra: (1855) editado por Fernando Patxot Ferrer. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=gIXzPf_ZFpEC&dq=Sabilinto&source=gbs_navlinks_s
http://www.livius.org/ps-pz/pyrrhus/pyrrhus01.html
http://www.mlahanas.de/Greeks/Bios/PyrrhusEpirus.html



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